segunda-feira, 11 de setembro de 2017

COLEÇÕES BOTÂNICAS: HERBÁRIOS

AULA PRÁTICA – COLECÇÕES BOTÂNICAS: HERBÁRIOS

Coleções botânicas são reuniões ordenadas de vegetais ou de partes deles para fins científicos. As coleções podem ser de plantas vivas ou mortas devidamente armazenadas. Seguindo a tendência atual, há coleções botânicas virtuais de floras locais, regionais ou nacionais. Elas são compostas por fotos de plantas inteiras ou de ramos com flores e frutos (http://www.ufjf.br/floraserranegra/ herbario-virtual/; http://reflora.jbrj.gov.br/), de grãos de pólen (www.paldat.org) ou por informações sobre sequências de DNA (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/genbank). 


COLECÇÕES BOTÂNICAS MAIS COMUNS

As coleções botânicas mais comuns são:
  • Herbário;
  • Fototecas (coleção de fotografias de espécimes de outros herbários, geralmente tipos nomenclaturais);
  • Carpoteca (coleção de frutos);
  • Xiloteca (coleção de madeiras);
  • Palinoteca;
  • Laminário de Células e Tecidos Vegetais;
  • Bancos de Germoplasma;
  • Horto Botânico e 
  • Jardim Botânico.

Herbários: um pouco de história

Historicamente, as coleções de plantas secas e cosidas em papel iniciaram-se no século XVI em Itália (Luca Ghini (1490?-1556)).


Foi Lineu, já no séc. XVIII, quem difundiu o uso de montar exemplares em folhas de papel e guardá-los horizontalmente; é o autor da obra, Species plantarum (1753), a partir da qual se passaram a designar as plantas pelo binome latino.
 


O que é um herbário?
- Um herbário - do latim herbarium - é o nome empregado para designar uma coleção de plantas (prensadas e secas (mortas) ou fungos, ou de partes desses, técnica e cientificamente armazenadas em armários próprios e organizadas segundo uma sistemática ou em ordem alfabética de famílias. 


Os herbários são prioritariamente utilizados para estudos da flora ou micota de uma determinada região, país ou continente, enfocando morfologia, taxonomia, biogeografia, história e outros campos do conhecimento, sendo a sua utilização mais comum constituir uma base de dados.

Finalidades de um herbário:

Entre outras finalidades, os herbários são utilizados para: 
  • Possibilitar e manter a comunicação científica entre os taxonomistas do mundo. Essa comunicação é feita por meio do intercâmbio entre herbários, que envolve permutas, empréstimos ou doações de espécimes, visando à sua identificação por taxonomistas especialistas vinculados aos acervos
  • Identificação de espécimes de plantas e fungos desconhecidos, pela comparação com outros espécimes da coleção herborizada, previamente identificados por especialistas; 
  • Inventário da flora ou da micota de uma determinada área; 
  • Reconstituição da vegetação e da micota de uma região; 
  • Avaliação da acção do homem, da poluição ou do efeito de eventos e perturbações naturais na vegetação e na micota de uma área específica; 
  • Reconstituição de caminhos percorridos por naturalistas, botânicos ou coletores, e de parte de suas histórias de vida 1 . Desta forma, muitos dados podem ser obtidos no manuseio do material herborizado, ou nas consultas às informações contidas nas etiquetas dos exemplares, disponíveis em bancos de dados, muitos dos quais on line 2 ou em fichários nos próprios herbários. 
  • Fornecem material didático e científico para estudantes de graduação e de pós-graduação.
Desta, é possível extrair, utilizar e adicionar informações sobre cada uma das populações ou espécies e aplicá-la com diversos objetivos: identificação, pesquisa e educação.

AO PRIMEIROS HERBÁRIOS



HERBÁRIOS COM COLECÇÕES DE ANGOLA


Por motivos históricos, a melhor representação em Herbário da flora de Angola encontra-se depositada na Europa.

Em Portugal, três Herbários possuem um elevado número de colecções originárias de Angola. Em Lisboa, os Herbários LISC (Instituto de Investigação Científica Tropical) e LISU (Universidade de Lisboa), em conjunto, contêm cerca de 90 000 espécimes de Angola. LISU possui a colecção completa de F. Welwitsch (o ‘study set’), e LISC a primeira série de grande parte da colecção de J. Gossweiler. Os materiais colhidos por estes dois colectores serviram de base para a descrição da maioria das plantas endémicas em Angola e de outras não-endémicas, por eles colhidas pela primeira vez. O Herbário LISC possui também uma boa colecção de material dos anos 1960–70. Devido à guerra em Angola e à impossibilidade de realizar trabalhos de campo no período que se seguiu, para muitas espécies não existem colecções de Angola posteriores a 1960–1970. O Herbário da Universidade de Coimbra (COI) é o maior Herbário português e contêm também uma boa representação da flora de Angola, incluindo espécimes de todos os colectores mais relevantes, sendo particularmente importantes vários espécimes únicos (sem duplicados noutros Herbários). Entre as colecções de Angola de maior importância nesse Herbário referem-se as obtidas durante as duas ‘Missões Botânicas’ desenvolvidas em 1927 e 1937– 1938.

O Reino Unido é outro país europeu onde são conservadas colecções da flora de Angola de grande importância, particularmente devido ao número de espécimes-tipo. Estas colecções encontram-se nos Herbários K (Royal Botanic Gardens, Kew), BM (The Natural History Museum, London) e E (Royal Botanic Garden, Edinburgh).

Alemanha, França, Bélgica, Suíça e Áustria, possuem também colecções relevantes, nos Herbários B (Botanischer Garten und Botanisches Museum Berlin-Dahlem), P (Muséum National d’Histoire Naturelle, Paris), BR (Jardin Botanique National de Belgique), G (Conservatoire et Jardin botaniques de la Ville de Genève) e W (Naturhistorisches Museum, Wien), entre outros.

Em África, uma boa representação das colecções de Angola encontra-se no Herbário PRE (South African National Biodiversity Institute, Pretoria), que, além de incluir várias
colecções relativamente recentes, possui também duplicados das colecções dos anos 1960–70 enviadas de Herbários Angolanos, e c. 500 duplicados da colecção de Welwitsch.


TRÊS MAIORES HERBÁRIOS DE ANGOLA

Finalmente, em Angola, existem presentemente três Herbários listados no Index Herbariorum (1998): LUBA (Instituto Superior de Ciências da Educação, Lubango), com cerca de 50 000 espécimes; LUA (Instituto de Investigação Agronómica, Huambo), com c. 40 000 espécimes, o qual em 1995 foi transferido temporariamente para LUAI; e LUAI (ex-Centro Nacional de Investigação Científica, Luanda), com cerca de 35 000 espécimes. Entre eles, LUA é particularmente importante porque, além de incluir duplicados da colecção Gossweiler, possui também duplicados das colecções de Antunes e Dekindt. O material colhido por estes dois padres missionários e depositado no Herbário B (em Berlim) serviu de base para a descrição de vários taxa cujos holótipos constitui.

Mais tarde, durante a Segunda Guerra Mundial, muitos destes holótipos foram destruídos num incêndio que consumiu o Herbário. Apesar de, para alguns destes nomes, se pensar que o exemplar destruído em Berlim era único, verificou-se recentemente (Figueiredo 2008) que podem existir duplicados (isótipos) entre as colecções de LUA, o que demonstra a importância deste Herbário. Infelizmente, a conservação do Herbário LUA suscita preocupações. Devido à transferência das colecções e à sua conservação em caixas durante os últimos 10 anos, os espécimes encontram-se danificados, de acordo com informações fornecidas por vários investigadores que têm consultado as colecções. Espera-se que num futuro próximo este Herbário possa ser de novo transportado para a sua localização original no Huambo.

Um herbário contém geralmente, representantes da composição da flora local,
regional, nacional e até mesmo mundial. Porém os herbários só serão oficialmente
reconhecidos quando registrados no Index Herbariorum , publicado a cada 6 anos.
Assim, cada herbário no mundo é cadastrado, relacionando a localização, a flora que
está representada no herbário, o número de espécimes do acervo, o corpo de
pesquisadores ligados ao herbário, bem como a especialidade de cada um, além de
receber uma sigla, no caso do herbário oficial da Universidade Federal de Viçosa, é
conhecido como herbário VIC.


TIPOS DE ANGOLA

O número de espécimes tipo provenientes de Angola é elevado e encontra-se bem distribuído, principalmente nos Herbários europeus. Na sua maioria, estes tipos estão presentemente a ser digitalizados e estarão acessíveis na forma de imagens de alta qualidade através do website do Aluka (http:// www.aluka.org/). Actualmente (Janeiro de 2008), mais de 11 600 imagens de espécimes de Angola estão disponíveis no Aluka. Espera-se que, uma vez concluída, esta base de dados tenha uma boa representação da flora de Angola.

No Herbário LISC o número total de tipos de Angola é actualmente de 1 367, esperando-se que aumente à medida que a colecçãos do extinto LISJC fôr incorporada. Em LISU foram identificados 1 433 tipos de Angola mas um número elevado de tipos não se encontra assinalado como tal. Em COI existem pelo menos 935 tipos de Angola (Aluka, acedido em Janeiro de 2008). Imagens destes tipos estão disponíveis no website do Aluka. Para outros herbários europeus os valores estão ainda incompletos.


COLETA


A coleta de amostras de plantas de determinada flora é realizada por meio de excursões organizadas para esse fim. Essas excursões são planejadas, geralmente, por taxonomistas ou estudantes de pós-graduação e de graduação, que buscam, respectivamente, os resultados de suas pesquisas ou de trabalhos de tese, dissertação, monografia ou de uma cadeira. O período de cada excursão é variável e depende de diferentes fatores (distância da área escolhida, disponibilidade de mão de obra, condições climáticas, etc.). Geralmente, os participantes realizam a coleta ao longo do dia e a prensagem ao entardecer. No dia seguinte, a rotina continua.

Para coletar espécimes de plantas e fungos, é importante que o pesquisador tenha autorização de instituição competente. Depois de estudado e identificado, o material deve ser depositado em herbário, para ser registrado e conservado. Quando não é possível a identificação de imediato, o material pode ser depositado e, posteriormente, estudado por um especialista do grupo correspondente.


MATERIAIS PARA COLETA DE MATERIAL VEGETAL

  • Binóculo: Auxilia o profissional na localização de material fértil, bem como na própria identificação das espécies em campo.
  • Tesoura de poda: Utilizada para redução do material coletado, à apenas o tamanho e número necessário para montagem das exsicatas.
  • Caderno de coleta: Permite fazer anotações, que irão facilitar a posterior identificação dos materiais botânicos coletados. Deverão ser anotados, o local e a data de coleta, o coletor, o tipo de vegetação (se cerrado, mata estacional semidecidual, etc.), o hábito de crescimento, o número do indivíduo (se for o caso), o nome vulgar regional e principalmente as características do indivíduo que são perdidas nas coletas, como por exemplo: tipo de tronco (se fissurado, estriado, em placas, etc.), cheiro, presença de látex, cor da flor, etc.
  • Caneta: Utilizada tanto para anotação, como para marcar os materiais vegetativos coletados.
  • Fita crepe: Todo material botânico coletado, deverá ser identificado com auxílio de uma fita crepe, contendo o número do indivíduo.
  • Saco de plástico: Utilizado para acondicionar em campo o material coletado.
  • Canivete: Auxilia na constatação de determinadas características em campo, como retirada de casca para averiguar cor e odores, verificação da presença de látex, etc.

ANOTAÇÕES DE CAMPO

As informações indispensáveis sobre cada espécime coletada, anotadas no caderno de coletas, são:
§  
  • Número do coletor: as anotações são organizadas em numeração arábica crescente. Cada coleta, que inclui todas as cópias de determinada planta, recebe um único número. Não pode haver mais de uma numeração para uma mesma coleta (IBGE, 2012).
  • Procedência ou local de coleta: refere-se à localidade específica da coleta, que deve ser descrita de tal modo que qualquer pessoa interessada em obter novamente aquele material, possa voltar ao local de coleta sem dificuldades. A procedência correta inclui o país, o estado, o município, a descrição do local da coleta e as suas coordenadas geográficas; se não for possível, procure as coordenadas de um local próximo. Por exemplo: Brasil, Minas Gerais, Viçosa, estrada Viçosa-Ponte Nova, km 8, do lado direito, no barranco, coordenadas 20°43’05.9”S e 42°50°00.8”W.
  • Data da coleta: é importante porque fornece informações sobre a fenologia (períodos de floração e, ou frutificação) de cada espécime coletado. Conhecendo-se o período de frutificação, por exemplo, fica facilitada a coleta de sementes, em caso de árvores matrizes.
  • Nome do(s) coletor(es): o nome do coletor é fundamental para se obter, se necessário, informações adicionais sobre determinado espécime coletado. É importante anotar os nomes de todos os botânicos que participaram da coleta. No entanto, deve-se estabelecer ,a priori, o chefe da equipe, que utilizará o seu caderno de coletas. O nome do coletor chefe e o seu número de coleta são dados permanentemente ligados ao espécime coletado.
  • Observações sobre a planta e informações gerais: abrangem características que se perdem ao se retirar a planta do seu habitat ou após secá-la. Por exemplo, deve-se anotar: o nome popular da planta (se existir); seu hábito (árvore, arbusto, subarbusto, erva, trepadeira); substrato (terrestre, aquática, parasita, epífita, rupícola, brejosa); altura; aspecto do tronco (no caso das espécies arbóreas); coloração da flor, do fruto ou de qualquer outra parte do vegetal que fuja da cor verde; odor liberado pela planta, incluindo o da flor (adocicado, de fruto em decomposição, suave, etc.); a frequência com que aparece no local (rara, frequente, muito frequente); e dados de solo (argiloso, arenoso, encharcado). É muito comum incluir observações ecológicas, como a presença de animais na planta ou em suas flores (abelhas, vespas, formigas, etc.). Outra informação importante é o domínio fitogeográfico e a formação vegetal em que a planta foi coletada. Essa informação é de grande utilidade para estudos de ecologia e biogeografia, mas é comumente esquecida ou mal descrita. Algumas bibliografias sugeridas para obter essas informações são: Oliveira-Filho & Fontes (2000), Ab’Saber (2003) e IBGE (2012).

COLETA VEGETAL: CUIDADOS
  • Escolher exemplares sem vestígios de ataque pelos insetos, infecções de fungos;
  • Evitar indivíduos depauperados;
  • Certificar-se de que o exemplar está florido ou frutificado.
  • O material estéril em geral não tem valor.


HERBORIZAÇÃO DE MATERIAL BOTÂNICO

Materiais utilizados na herborização


Prensagem

Os materiais botânicos mais sensíveis ao calor ou ao corte, que murcham rapidamente, como, plantas aquáticas (especialmente as suas flores), espécies com pétalas caducas, ou com folhas compostas, devem ser prensados no ato da coleta. Sugere-se o mesmo procedimento para as espécies de Asteraceae. Nessas plantas, o receptáculo de suas inflorescências (capítulos) tende a alterar sua morfologia com o murchamento. Portanto, o coletor também deve incluir uma prensa entre os materiais utilizados em campo. Geralmente são feitas de madeira no formato 42 x 30 cm, tendo correias para comprimir fortemente a pilha formada pela sobreposição do material botânico.




Folha de alumínio enrugada
São utilizadas entre os papelões no intuito de permitir a passagem do ar quente, acelerando a secagem, são de dimensões iguais à prensa.

Folha de papelão
São colocadas entre as folhas de jornal, contendo as plantas.

Folha de jornal
Cada material coletado, é envolvido com uma folha de jornal, no intuito de facilitar a secagem. As plantas que ultrapassarem as dimensões padrões das exsicatas, deverão ser dobradas em "V" ou em "W", no ato da prensagem.

A seqüência para a montagem do conjunto a ser prensado, é a seguinte: folha de papelão, folha de alumínio enrugada, folha de papelão, folha de jornal contendo o material botânico, folha de papelão, folha de alumínio enrugada, folha de papelão. Esta seqüência pode ser repetida quantas vezes for possível de acondicionar na prensa.


Algumas importantes observações sobre a prensagem: 
  • As plantas herbáceas que ultrapassam as medidas da prensa devem ser cuidadosamente dobradas em “V”, “N” (Figura A) ou “W” (Figura B) durante o processo de prensagem. Para evitar que essas plantas se quebrem quando dobradas, o local do caule em que será feita a dobra deve ser previamente amassado. 
  • As flores delicadas devem ser protegidas, envolvendo-as com lenço de papel ou papel higiênico. 
  • Evita-se colocar no jornal mais de uma cópia de material botânico, reduzindo a humidade da planta que passará para o papel e, assim, fica diminuída a possibilidade de surgimento de fungos. 
  • No momento em que se estiver colocando a planta no jornal, ela deve ser manuseada, evitando a sobreposição de folhas e flores. Nessa etapa, também é recomendado retirar o excesso de folhas ou outras estruturas (Figura C) e arranjar folhas com as faces, ventral e dorsal, voltadas para o mesmo lado (Figura D). Esta recomendação vem da necessidade posterior da análise de tricomas, glândulas e de outros caracteres, às vezes restritos a uma das faces foliares, que possam ser importantes para identificação do material. 
  • Para acelerar o processo de secagem, alguns herbários utilizam placas de alumínio corrugado entre papelões e jornais. 
  • É possível o manuseio do material botânico quando ainda está úmido; depois de seco é impossível qualquer alteração sem danificá-lo.



ACTIVIDADES DE LABORATÓRIO

A) Estufa para secagem
As estufas para secagem de plantas podem ser construídas ou até mesmo improvisadas. Consiste em uma câmara geralmente de madeira onde ao fundo se encontram instaladas lâmpadas que auxiliam na secagem dos materiais botânicos. A temperatura fica em torno de 60°C, levando aproximadamente 72 horas para a secagem, dependendo da característica do material botânico.


No caso de uma secagem sem estufa, a prensa deverá ser colocada em local ensolarado, ventilado ou próximo de uma fonte de calor (veja em Vieira & Carvalho-Okano, 1985). Os jornais devem ser trocados uma vez por dia, pelo menos, para tentar prevenir o ataque de fungos. Nunca deixe o material sob sereno.



MONTAGEM DE EXSICATAS


Após a secagem, o material botânico pode ser montado para a sua inclusão na coleção.



A planta deverá ser costurada com linha e agulha por pontos numa cartolina branca de tamanho padrão (30 x 40 cm)  e boa textura, permitindo um manuseio mais seguro do material. Os frutos ou flores que por ventura soltarem do material a ser costurado poderá ser acondicionado em um pequeno envelope e ser fixado no canto superior esquerdo da cartolina de montagem.

• Etiqueta ou rótulo (12 x 10 cm): A etiqueta é colocada no canto inferior direito da
cartolina de montagem, contendo as informações, conforme o modelo abaixo:

Capa (42 x 59 cm): Geralmente de papel Kraft, envolve a cartolina com o material já

costurado e as duplicatas em jornal (repetições do material botânico coletado).
• Duplicatas: Ficam acondicionadas em jornais, contendo tantas etiquetas quanto
forem as duplicatas. Estes materiais ficam disponíveis para doações, trocas e envio
para identificação de especialistas.

As exsicatas apresentam dimensões padronizadas, pois isso permite que as
exsicatas sejam, doadas, permutadas ou mesmo enviada para identificação em todo o
mundo, e que sejam armazenadas adequadamente em qualquer lugar em função de suas
dimensões padronizadas (Fig.6). Dependendo do herbário, podem ser anexadas ao
acervo tanto exsicatas completas como estéreis (Fig.7 e 8).

Após a montagem das exsicatas, estas deverão ser cadastradas no caderno de
registro do herbário, passarão posteriormente por um expurgo antes de serem
adicionadas à coleção. Depois de expurgadas, as plantas irão para o herbário, onde serão
acondicionadas em armários de aço para consultas.

1. Escolha o melhor lado para posicionar o espécime para que TODAS AS CARACTERÍSTICAS possam ser visualizadas!

2. Exponha flores ou frutos que estejam escondidos através da remoção de folhas e coloque estas partes removidas em uma cápsula de papel.

3. Exponha as duas faces das folhas – se necessário destaque uma folha e vire-a ou coloque-a na cápsula de papel.


4. No caso de uma única folha grande, corte uma parte e vire-a ou coloque na cápsula de papel.
5. Exponha todos os aspectos das flores possíveis.
6. Se for possível, separe as plantas sem danificar; remova também qualquer porção de solo das raízes.

7. Quando for montar mais de uma planta/ramo na mesma folha:
a. Mantenha todas com o ápice para cima;
b. Coloque os espécimes maiores ou mais o mais pesado mais abaixo para prevenir que a folha se dobre quando for manipulado.

8. Plantas pequenas: se numerosas, espalhe algumas, mas coloque a maioria em uma cápsula de papel; se forem poucas, monte uma e guarde o restante na cápsula.


9. se for possível, corte somente o caule.
10. Corte folhas somente se existirem outras folhas inteiras e bem conservadas.
11. Remova uma folha inteira e coloque-a na cápsula de papel.

12. Espécimes volumosos: arrume na folha de montagem. Corte os espécimes volumosos, as projeções ou ramos que ficam voltados para frente, pois estes podem causar danos às exsicatas adjacentes no herbário.
13. Evite montar espécimes volumosos ou itens delicados próximo ao lado esquerdo da folha, pois eles podem ser esmagados na dobra da capa do gênero

14. Espécimes muito grandes são melhor arranjados na diagonal. Isto provê mais espaço e mais amplitude para o posicionamento longitudinal; isto também pode prevenir que partes do material fique sobre a etiqueta.


Figura 6 - Exsicata costurada, com etiqueta de identificação e com suas respectivas duplicatas.


Exsicatas (IICT)




Etiquetas
Lubango



Descontaminação é feita em freezer (-20ºC)


Armários do Herbário
Lubango

Organização dos armários

 Coleção a ser entregue em duplas na até a última semana de aulas
Uma exsicata por estudante (entre os principais grupos de plantas (briófitas, pteridófitas, gimnospermas e angiospermas).
- As plantas coletadas, prensadas e montadas devem ser entregue até o dia 20 de Novembro de 2017.
• Além disso, deverá ser entregue uma descrição morfológica para cada uma das espécies coletadas.




A boa notícia?

O docente ajudara a chegar a nomes de famílias e/ou gêneros…

Glossário
Espécie: Unidade básica de classificação dos seres vivos. Designa populações de seres com características genéticas comuns, que em condições naturais reproduzem-se gerando descendentes férteis e viáveis. Embora possa haver grande variação morfológica entre os indivíduos de uma mesma espécie, em geral, as características externas de uma espécie são razoavelmente constantes, permitindo que as espécies possam ser reconhecidas e diferenciadas uma das outras por sua morfologia.
Espécie endêmica: Espécie animal ou vegetal que ocorre somente em uma determinada
área ou região geográfica.
Espécie exótica (Biologia): Espécie presente em uma determinada área geográfica da qual não é originária.
Espécie extinta: Espécie animal ou vegetal de cuja existência não se tem mais conhecimento por um período superior a 50 anos.
Espécie fora de perigo: Espécie vegetal ou animal que foi protegida através de medidas bem-sucedidas e que portanto não mais se encontra em uma das categorias de risco.
Espécie nativa: espécie que ocorre naturalmente em uma região.
Espécie naturalizada: espécie que foi transportada para outra região pela acção humana e que consegue reproduzir-se e propagar-se sem a intervenção do homem.
Espécime: planta colhida.
Espécime tipo: espécime que carrega o nome de uma espécie ou táxon infra-espécifico. 
Holotipo: Único espécime de uma espécie ou táxon infra-específico designado como tipo pelo autor do nome do táxon; ou o único exemplar designado pelo autor como tipo ou holótipo. O espécime que carrega o nome.
Exsicata: espécime montado.
Herbário: Local onde uma colecção de plantas é armazenada, normalmente onde as plantas são prensadas, secas e montadas em uma cartolina, identificadas e etiquetadas com a localidade de proveniencia, habitat e data, de modo que posteriormente possam ser estudadas.

Referências Bibliografica



terça-feira, 29 de agosto de 2017

CAPÍTULO I: PROCESSOS IMPORTANTES QUE CARACTERIZAM A VIDA


ACTIVIDADES DE APRENDIZAGEM
  • Estude cuidadosamente o manual da cadeira de Botânica Geral – Parte II. Pag.  48 – 68.
  • Consulte o blog da cadeira e busca no ícone estudante o resumo da aula do Cap. I.

Após a leitura deste capítulo, você deverá ser capaz de responder às seguintes questões (Auto-Avaliação):

PARTE A. COMPLETE. Escreva a palavra que completa de forma correcta cada uma das afirmações:
  1. Moléculas pequenas servem para sintetizar moléculas maiores num processo bioquímico conhecido como……………………………………………………..……………
  2. A reprodução que envolve um único progenitor é conhecida como……………..………
  3. O metabolismo destrutivo é conhecido como………………………………………………


PARTE B. ESCOLHA MÚLTIPLA. Assinale a alínea que corresponde à palavra que completa de forma correcta cada uma das frases:

  1. As actividades desempenhadas pelas células que têm como fim a libertação de energia são conhecidas como:
a)    Gotação;            b) Respiração;                      c) Digestão;                d) Assimilação

  1. Os resíduos da respiração celular são:
a)    CO2 e nitrogénio;     b) ureia e oxigénio;     c) digestão;   d) CO2 e vapor de água

  1. Todas as actividades bioquímicas do organismo estão incluídas na expressão:
a)    Anabolismo;        b) Atavismo;         c) Metabolismo;          d) Catabolismo


PARTE C. VERDADEIRO – FALSO. Quando a afirmação está correcta, escreva “verdadeiro”. Se a afirmação estiver incorrecta, muda a palavra sublinhada por uma que torne a expressão verdadeira:
  1. São necessários dois progenitores para o processo de reprodução assexuada.
  2. O anabolismo é um processo degradativo.
  3. Um macho pode dar origem a outros machos semelhantes a si próprio.



PARTE D. QUESTÕES PARA REFLECTIR (resposta curta, composição)

  1. Nascimento, crescimento, reprodução, envelhecimento e morte são característicos gerais dos seres vivos. Ouvindo essa definição, uma criança concluiu que o fogo é vivo: ele “nasce” a partir de uma faísca, “cresce” à medida que consome seu alimento (a madeira), produz energia (luz e calor), pode se “reproduzir” causando um incêndio e “morre” quando seu alimento acaba...
a)    Que argumentos você usaria para convencer a criança de que o fogo não é um ser vivo?

  1. Um pesquisador estava analisando a composição química de um tipo de molécula, cuja amostra foi extraída de uma determinada região celular. Ele conseguiu detectar a presença de uracila na amostra, além de outras bases nitrogenadas.
a)    Que tipo de molécula o pesquisador estava analisando? Justifique sua resposta.
b)    De que região (ou regiões) celular(es) pode ter sido obtida a molécula, considerando que ele estava analisando material extraído de uma planta? Justifique.
  1. Cite dois exemplos de carboidratos e dois de lipídios e escreva as funções de cada.
  2. Observe a figura abaixo:
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A figura sugere que as árvores, e por implicação a floresta do Maiombe, representam o pulmão do mundo e seriam responsáveis pela maior parte do oxigênio que respiramos. No que se refere à troca de gases com a atmosfera, podemos dizer que as árvores têm função análoga à do pulmão dos vertebrados e são produtoras da maior parte do oxigênio que respiramos? Justifique sua resposta.
  1. Muito se tem comentado sobre o aquecimento global, e um dos assuntos mais debatidos é o aumento do aquecimento provocado por emissões de CO2 e sua relação com o efeito estufa. Um dos métodos mais discutidos para neutralizar o CO2 consiste na realização de cálculos específicos para saber quanto CO2 é lançado na atmosfera por determinada atividade, e quantas árvores devem ser plantadas para absorver esse CO2. Por outro lado, sabe-se que se, por absurdo, todo o CO2 fosse retirado da atmosfera, as plantas desapareceriam do planeta.
a)    Explique (...) por que as plantas desapareceriam se todo o CO2 fosse retirado da atmosfera.
b)    Considerando o ciclo do carbono esquematizado na figura abaixo, identifique e explique os processos biológicos responsáveis pelo retorno do CO2 para a atmosfera.


  1. Leia os versos a seguir e responda o que se pergunta (Caetano Veloso):
"Luz do sol,
Que a folha traga e traduz,
Em verde novo,
Em folha, em graça, em vida,
Em força, em luz".
a) A qual processo metabólico das plantas o poeta está se referindo?
b) Que estruturas e moléculas orgânicas devem estar presentes nas células desses organismos e que são indispensáveis para realizar este processo?
c) Qual é a equação geral deste processo e que comparação pode-se fazer com a equação geral da respiração celular aeróbica?
d) Se você tivesse que escolher entre duas lâmpadas, uma azul e outra verde, para iluminar as plantas de um aquário, qual seria a escolha correta, objetivando-se uma maior eficiência do processo cujo nome é solicitado no item A desta questão? Por quê?




  1. A figura abaixo representa dois processos biológicos realizados por organismos eucarióticos.


a) Complete a figura, escrevendo o nome das organelas citoplasmáticas (i e ii) em que tais processos ocorrem.
b) Na figura acima, o fluxo da matéria está representado de maneira cíclica. O fluxo de energia nesses processos pode ser representado da mesma maneira? Justifique.

  1. Paulo considerou incoerente afirmar que as plantas promovem o sequestro de carbono pois, quando respiram, as plantas liberam CO2 para a atmosfera. Consultando seu professor, Paulo foi informado de que a afirmação é:
a)    Correta. O tempo durante o qual as plantas respiram é menor que aquele durante o qual realizam a fotossíntese, o que garante que consumam mais CO2 atmosférico que aquele liberado.
b)    Correta. O tempo durante o qual as plantas respiram é o mesmo que aquele durante o qual realizam a fotossíntese, contudo, a taxa fotossintética é maior que a taxa de respiração, o que garante que consumam mais CO2 atmosférico que aquele liberado.
c)    Correta. Embora as plantas respirem por mais tempo que aquele empregado na fotossíntese, esta permite que as plantas retenham o carbono que é utilizado na constituição de seus tecidos.
d)    Incorreta. As plantas acumulam carbono apenas durante seu crescimento. Em sua fase adulta, o tempo durante o qual respiram é maior que aquele durante o qual realizam fotossíntese, o que provoca a reintrodução na atmosfera de todo CO2 que havia sido incorporado.
e)    Incorreta. Além de a respiração e a fotossíntese ocorrerem em momentos diferentes e não coincidentes, o volume de CO2 liberado pela respiração é o mesmo que o volume de CO2 atmosférico consumido pela fotossíntese.

  1. Os fósseis são uma evidência de que nosso planeta foi habitado por organismos que já não existem atualmente, mas que apresentam semelhanças com organismos que o habitam hoje.
a)    Por que espécies diferentes apresentam semelhanças anatômicas, fisiológicas e bioquímicas?
b)    Cite quatro características que todos os seres vivos têm em comum.


  1. Uma planta foi retirada do seu habitat. Embora seja adulto, não floresce no novo habitat. Como você pode plantar esta planta?