SISTEMAS DE
CLASSIFICAÇÃO: RESUMO HISTÓRICO
Um histórico
referente aos sistemas de classificação de plantas pode ser encontrado em
Barroso (1978):
I –
Classificação baseada no hábito das plantas:
Theophrastus (370 a.C.), Albertus Magnus
(1193-1280), Otto Brunfels (1464-1534), Andrea Caesalpino (1519-1603), Jean
Bauhin (1541-1631), John Ray (1628-1705), Joseph Pitton e Tournefort
(1656-1708);
II – Sistemas
artificiais baseados em caracteres numéricos:
Carolus
Linnaeus ou Carl Linné (1707-1778), considerado o pai da taxonomia vegetal e
zoológica;
III – Sistemas
baseados na forma de relações entre as plantas:
Michel Adanson
(1727-1806), Lamarck (1744-1829), De Jussieu (Antoine, 1686-1758; Bernard,
1699-1776 e Joseph, 1704-1799); De Candolle (1778- 1841); entre 1825-1845 cerca
de 24 sistemas de classificação foram propostos, destacando-se Endlincher,
Brongniart, Lindley, Bentham e Hooker;
IV – Sistemas
baseados em filogenia, baseado nas teorias de evolução das espécies:
Eichler (1839-1887), Engler (1844-1930), Bessey
(1845-1915), Hutchinson (1884-1972), Tahktajan (1961), Cronquist (1968),
Dahlgren (1975).
Diversos são os
sistemas de classificação apresentados ao longo da história do estudo dos
vegetais, cada qual com seus principais autores. Até então, sistemas parciais
do reino das plantas foram apresentados. Muitas das inovações destes
sistemas encontram-se perfeitamente adaptadas ao sistema de Engler. Assim,
Joly (1976), em seu livro sobre a taxonomia vegetal, um dos mais
conhecidos entre os estudantes de Ciências Biológicas e principalmente entre
os botânicos, segue o sistema de classificação de Engler.
De acordo com
Engler (1954 e 1964) apud Joly (1976), o reino vegetal é classificado da
seguinte forma:
Divisão I
BACTERIOPHYTA,
Divisão II
CYANOPHYTA,
Divisão
III GLAUCOPHYTA,
Divisão IV
MYXOPHYTA,
Divisão V
EUGLENOPHYTA,
Divisão
VI PYRROPHYTA,
Divisão VII
CHRYSOPHYTA,
Divisão VIII
CHLOROPHYTA,
Divisão
IX CHAROPHYTA,
Divisão X
PHAEOPHYTA,
Divisão XI
RHODOPHYTA,
Divisão XII
FUNGI,
Divisão XIII
LICHENES,
Divisão XIV
BRYOPHYTA,
Divisão
XV PTERIDOPHYTA,
Divisão XVI
GYMNOSPERMAE,
Divisão XVII
ANGIOSPERMAE.
Barroso (1978)
adota a classificação de Cronquist em seu livro sobre a sistemática
das angiospermas no Brasil, por considerá-la muito simples e didática. É
importante esclarecer que Cronquist (1981) direciona sua classificação às
angiospermas da seguinte forma:
Divisão Magnoliophyta,
Classe
Magnoliopsida (dicotiledôneas),
Subclasses:
I –
Magnoliidae,
II – Hamamelidae,
III – Caryophyliidae,
IV – Dilleniidae,
V –
Rosidae,
VI –
Asteridae;
Classe Liliopsida (monocotiledôneas),
Subclasses:
I –
Alismatidae,
II –
Arecidae,
III
– Commelinidae,
IV –
Zingiberidae,
V – Liliidae.
Assim como em
Barroso (1978), o estudo das angiospermas foi, por muito tempo, baseado na
classificação de Cronquist. Ao pesquisar em sua obra (CRONQUIST,
1981), destaca-se que seu sistema de classificação foi desenvolvido
baseando-se na tradição filosófica de A. P. de Candolle, Benthan e Hooker,
Hallier e Bessey, conquistando grande aceitação no meio botânico, proporcionando
uma reorganização geral.
O sistema de
classificação APG (Angiosperm Phylogeny Group) é descrito por
Judd, Campbell, Kellogg e Stevens (1999) no livro “Plant Systematics: a
phylogenetic approach”.
Este sistema de
classificação, considerado um marco na botânica, foi
organizado considerando-se características moleculares, por meio da
utilização de técnicas que fundamentam um maior aprofundamento no estudo
da evolução e filogenia. Atualmente é utilizado o APG II, baseado no livro
de Judd et al., revisado em 2002. O sistema ainda está em desenvolvimento,
sendo revisado constantemente à medida que detalhes filogenéticos e novas
características anatômicas e morfológicas são descobertas.
O método mais
atual utilizado para classificar os organismos é conhecido, portanto, como
cladística. A cladística é uma forma de análise filogenética na qual o enfoque
se concentra na ramificação de uma linhagem a partir de outra no curso da
evolução. Ela tenta identificar grupos monofiléticos, ou clados, que
possam ser definidos pela posse de atributos derivados exclusivos que
reflitam uma origem evolutiva comum. O resultado da análise cladística é
um cladograma, que fornece uma representação gráfica de um modelo de
trabalho, ou hipótese, sobre as relações filogenéticas de um grupo de organismos
(RAVEN et al., 2007).
Pode-se dizer,
ainda, que a sistemática vegetal foi revolucionada pela aplicação
de técnicas moleculares, através das quais tornou-se possível comparar
organismos em seu nível mais básico, o gene. Estes dados moleculares são
mais fáceis de quantificar, têm o potencial de fornecer muito mais caracteres
para análise filogenética e permitem a comparação de organismos que são
morfologicamente muito diferentes (RAVEN et al., 2007).
Outros temas
importantes para esse trabalho e para o estudo dos vegetais são
aqueles relacionados à ecologia. Segundo Raven et al. (2007, p. 707), a
ecologia é freqüentemente definida como: “o estudo das interações dos
organismos uns com os outros e com o seu ambiente físico”, sendo mais
simples defini-la como o estudo dos sistemas ecológicos ou ecossistemas.
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