quinta-feira, 6 de julho de 2017

SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO: RESUMO HISTÓRICO

SISTEMAS DE CLASSIFICAÇÃO: RESUMO HISTÓRICO

Um histórico referente aos sistemas de classificação de plantas pode ser encontrado em Barroso (1978): 

I – Classificação baseada no hábito das plantas: 
Theophrastus (370 a.C.), Albertus Magnus (1193-1280), Otto Brunfels (1464-1534), Andrea Caesalpino (1519-1603), Jean Bauhin (1541-1631), John Ray (1628-1705), Joseph Pitton e Tournefort (1656-1708); 

II – Sistemas artificiais baseados em caracteres numéricos: 
Carolus Linnaeus ou Carl Linné (1707-1778), considerado o pai da taxonomia vegetal e zoológica; 

III – Sistemas baseados na forma de relações entre as plantas: 
Michel Adanson (1727-1806), Lamarck (1744-1829), De Jussieu (Antoine, 1686-1758; Bernard, 1699-1776 e Joseph, 1704-1799); De Candolle (1778- 1841); entre 1825-1845 cerca de 24 sistemas de classificação foram propostos, destacando-se Endlincher, Brongniart, Lindley, Bentham e Hooker; 

IV – Sistemas baseados em filogenia, baseado nas teorias de evolução das espécies: 
Eichler (1839-1887), Engler (1844-1930), Bessey (1845-1915), Hutchinson (1884-1972), Tahktajan (1961), Cronquist (1968), Dahlgren (1975).

Diversos são os sistemas de classificação apresentados ao longo da história do estudo dos vegetais, cada qual com seus principais autores. Até então, sistemas parciais do reino das plantas foram apresentados. Muitas das inovações destes sistemas encontram-se perfeitamente adaptadas ao sistema de Engler. Assim, Joly (1976), em seu livro sobre a taxonomia vegetal, um dos mais conhecidos entre os estudantes de Ciências Biológicas e principalmente entre os botânicos, segue o sistema de classificação de Engler.


De acordo com Engler (1954 e 1964) apud Joly (1976), o reino vegetal é classificado da seguinte forma: 
Divisão I BACTERIOPHYTA, 
Divisão II CYANOPHYTA, 
Divisão III GLAUCOPHYTA, 
Divisão IV MYXOPHYTA, 
Divisão V EUGLENOPHYTA, 
Divisão VI PYRROPHYTA, 
Divisão VII CHRYSOPHYTA, 
Divisão VIII CHLOROPHYTA, 
Divisão IX CHAROPHYTA, 
Divisão X PHAEOPHYTA, 
Divisão XI RHODOPHYTA, 
Divisão XII FUNGI, 
Divisão XIII LICHENES, 
Divisão XIV BRYOPHYTA, 
Divisão XV PTERIDOPHYTA, 
Divisão XVI GYMNOSPERMAE, 
Divisão XVII ANGIOSPERMAE.

Barroso (1978) adota a classificação de Cronquist em seu livro sobre a sistemática das angiospermas no Brasil, por considerá-la muito simples e didática. É importante esclarecer que Cronquist (1981) direciona sua classificação às angiospermas da seguinte forma: 
Divisão Magnoliophyta, 

Classe Magnoliopsida (dicotiledôneas), 
Subclasses: 
I – Magnoliidae, 
II – Hamamelidae, 
III – Caryophyliidae, 
IV – Dilleniidae, 
V – Rosidae, 
VI – Asteridae; 

Classe Liliopsida (monocotiledôneas),
Subclasses: 
I – Alismatidae, 
II – Arecidae, 
III – Commelinidae, 
IV – Zingiberidae, 
V – Liliidae.

Assim como em Barroso (1978), o estudo das angiospermas foi, por muito tempo, baseado na classificação de Cronquist. Ao pesquisar em sua obra (CRONQUIST, 1981), destaca-se que seu sistema de classificação foi desenvolvido baseando-se na tradição filosófica de A. P. de Candolle, Benthan e Hooker, Hallier e Bessey, conquistando grande aceitação no meio botânico, proporcionando uma reorganização geral.

O sistema de classificação APG (Angiosperm Phylogeny Group) é descrito por Judd, Campbell, Kellogg e Stevens (1999) no livro “Plant Systematics: a phylogenetic approach”.

Este sistema de classificação, considerado um marco na botânica, foi organizado considerando-se características moleculares, por meio da utilização de técnicas que fundamentam um maior aprofundamento no estudo da evolução e filogenia. Atualmente é utilizado o APG II, baseado no livro de Judd et al., revisado em 2002. O sistema ainda está em desenvolvimento, sendo revisado constantemente à medida que detalhes filogenéticos e novas características anatômicas e morfológicas são descobertas.

O método mais atual utilizado para classificar os organismos é conhecido, portanto, como cladística. A cladística é uma forma de análise filogenética na qual o enfoque se concentra na ramificação de uma linhagem a partir de outra no curso da evolução. Ela tenta identificar grupos monofiléticos, ou clados, que possam ser definidos pela posse de atributos derivados exclusivos que reflitam uma origem evolutiva comum. O resultado da análise cladística é um cladograma, que fornece uma representação gráfica de um modelo de trabalho, ou hipótese, sobre as relações filogenéticas de um grupo de organismos (RAVEN et al., 2007).

Pode-se dizer, ainda, que a sistemática vegetal foi revolucionada pela aplicação de técnicas moleculares, através das quais tornou-se possível comparar organismos em seu nível mais básico, o gene. Estes dados moleculares são mais fáceis de quantificar, têm o potencial de fornecer muito mais caracteres para análise filogenética e permitem a comparação de organismos que são morfologicamente muito diferentes (RAVEN et al., 2007).

Outros temas importantes para esse trabalho e para o estudo dos vegetais são aqueles relacionados à ecologia. Segundo Raven et al. (2007, p. 707), a ecologia é freqüentemente definida como: “o estudo das interações dos organismos uns com os outros e com o seu ambiente físico”, sendo mais simples defini-la como o estudo dos sistemas ecológicos ou ecossistemas.


Sem comentários:

Enviar um comentário