BOTÂNICA/CIÊNCIA DAS PLANTAS/BIOLOGIA VEGETAL.
BOTÂNICA GERAL
Conferência # 1, 2 e
3
I. Historia da
Evolução da Biologia
II. Introdução à
Botânica
III. O Estudo da
Botânica em Angola
Análise etimológica do conceito de Biologia
bio (vida); logo
(estudo, conhecimento)
A Biologia pode ser definida como o conjunto de todas
as ciências que estudam as espécies vivas e as leis da vida.
P. Porque estudar a biologia?
Com essa ciência, descobrimos explicações para uma série de fenômenos, compreendemos melhor o que está acontecendo no mundo e podemos participar, de forma esclarecida, de decisões que afectam toda a coletividade.
Decidir sobre questões que
envolvem a destruição dos ecossistemas, o aquecimento global, a perda da
biodiversidade, o destino do lixo ou os alimentos transgênicos,, por exemplo,, exige
um conhecimento básico de Biologia.
O estudo dessa ciência pode ser feito de vários
níveis de organização dos seres vivos: Átomos
– Moléculas – Organelas – Células – Tecidos – Órgãos –
Sistemas – Organismo – População – Comunidade - Ecossistemas - Biosfera
I. Historia da
Evolução da Biologia
P: Porque fazer um histórico sobre a evolução da
Biologia? Porque falar sobre isso?
Entender o
passado nos auxilia a entender o presente e também a nos preparar para o
futuro. A percepção do mundo dinâmico do conhecimento mudando é fundamental,
para a gente entender como chegamos até aquí e estamos preparados para o futuro
que vira, certamente com mudanças.
Por outra, é importante que você perceba que estamos
passando por um momento de transição e de grandes descobertas. A verdade
científica está sempre sendo construída: ela é transitória e efémera.
A
“Afinal, o que é o homem dentro da natureza? […]
é-lhe impossível ver o nada de onde saiu e o infinito que o envolve.[…]
O autor destas maravilhas conhece-as; e ninguém mais”. (Blaise Pascal)
P. Qual é a origem da
vida? Como tudo começou? Quais as teorias que explicam a origem da vida?
- Origem do Universo: teoria da grande explosão “Big Bang” – 13,7 bilhões de anos, o universo teria surgido após uma grande explosão cósmica, entre 10 e 20 bilhões de anos atrás. Surgimento
da vida na Terra: aproximadamente 3,5
bilhões de anos.
Video 1 - Origem da vida
P. Quais são as teorias sobre a origem da vida?
Estudiosos mais antigos acreditavam que os seres vivos surgiam espontaneamente da matéria bruta – a hipótese da geração espontânea, também chamada de abiogênese. Entretanto, por meio de diversos experimentos executados por cientistas, como Redi, Needham, Spallanzani e Pasteur, foi possível descartar essa hipótese, adotando a biogênese, que afirma que os micro-organismos surgem a partir de outros preexistentes.
- Abiogénese/Geração espontânea: hipótese que afirma que os seres vivos podem surgir da matéria sem vida (força vital). “Os seres vivos originam-se espontaneamente da matéria bruta”.
i. Poças de água davam origem a peixes;
ii. Cadáveres originavam moscas;
iii. Roupas suadas geram ratos em 21 dias.
Adeptos: Von Helmont (1600) - John Needhan (1745)
- Biogénese: comprovou que mesmo existindo condições essenciais à vida (ar, água e nutrientes), os seres vivos não podem surgir a partir da matéria unanimada. “Os seres vivos originam-se de outros seres vivos.”
Adeptos: Francesco Redi (1660) - Lazzaro Spallanzani (1770) - Louis Pasteur (1860)Segundo a hipótese da evolução química a abiogénese já aconteceu uma vez na Terra primitiva quando se formou o primeiro ser vivo. Na actualidade em função das condições da atmosfera não é possível acontecer este fenómeno.
P. Quais são as hipóteses sobre a origem da vida
Inicialmente, sem
método científico ou tecnologias que lhes permitissem uma melhor investigação
do mundo ao seu redor, os humanos atribuíam os fenômenos para os quais não
tinham explicação às forças divinas. Porém, com o tempo e os diferentes avanços
científicos, novas tentativas de explicações sem cunhos religiosos foram
surgindo. Vamos estudá-las?
A) Origem por criação divina (fixismo, criacionismo):
Essa corrente afirma que os seres vivos foram criados individualmente por uma dinvidade e que desde então possuem a mesma forma com que foram criados.
Essa corrente afirma que os seres vivos foram criados individualmente por uma dinvidade e que desde então possuem a mesma forma com que foram criados.
Criacionismo e fixismo: Criacionismo é a teoria que considera que todos os seres vivos foram criados a partir de intervenção divina. Várias culturas e religiões seguem esta ideia. E, até pouco tempo atrás, esta era uma ideia também aceita no meio científico.
Até o século XVIII a maior parte dos cientistas acreditava que cada espécie havia surgido na Terra independentemente, sem parentesco entre si e que suas características permaneciam inalteradas ao longo do tempo. A estas ideias, damos o nome de teoria fixista.
Atualmente, a
ciência admite duas hipóteses para explicar a origem da vida em nosso planeta. Entre elas: Panspermia (Origem extraterrestre)
e a Origem por
evolução química.
B) Panspermia cósmica/Cosmogenia: a vida se originou em outro planeta e trazida para Terra por meteoros.
A hipótese da origem extraterrestre,
também chamada de panspermia,
defende que os seres vivos não surgiram na Terra, mas em outros planetas. Eles
foram trazidos para a superfície terrestre através de esporos ou outras formas
resistentes. Essa teoria surgiu no século XIX e início do século XX, um dos
seus primeiros defensores foi o físico irlandês William Thomson e o químico sueco Svante August Arrhenius.
Panspermia ou cosmogenia: Hipótese que diz que a vida teve origem em outro planeta e foi trazida para o planeta Terra carregada por meteoros que trazia formas de vida bastante simples. Atualmente esta é uma teoria desacreditada, principalmente pelo fato de que ela transfere o “problema” da origem da vida para outro planeta.
Panspermia ou cosmogenia: Hipótese que diz que a vida teve origem em outro planeta e foi trazida para o planeta Terra carregada por meteoros que trazia formas de vida bastante simples. Atualmente esta é uma teoria desacreditada, principalmente pelo fato de que ela transfere o “problema” da origem da vida para outro planeta.
C) Origem por evolução química
A hipótese da origem por evolução química, também conhecida como teoria da evolução molecular, foi argumentada inicialmente pelo biólogo inglês Thomas Huxley, sendo que na década de 1920, ela foi aprofundada pelos cientistas Oparin e Haldane.
Embora tenha respondido a uma grande questão, a biogénese não explica como ocorre o processo de surgimento de uma espécie a partir de outra. Assim, existem algumas explicações para tal, sendo a origem por evolução química a mais aceita pela categoria científica. Essa teoria propõe que a vida surgiu a partir do arranjo entre moléculas mais simples, arranjo esse aliado a condições ambientais peculiares, o que resultou na formação de moléculas cada vez mais complexas até o surgimento de estruturas dotadas de metabolismo e capazes de se autoduplicar, dando origem aos primeiros seres vivos. Oparin, Haldane e Miller são os precursores dessa hipótese.
Os defensores dessa teoria acreditam que a vida na
superfície terrestre tenha ocorrido a partir de uma evolução química, como o
nome da teoria já propõe. De acordo com eles, compostos inorgânicos como
carbono, hidrogénio, oxigénio, nitrogénio, fósforo, entre tantos outros, foram
se combinando, originando moléculas orgânicas como aminoácidos, açúcares etc. À
medida que o tempo passou, essas moléculas orgânicas formadas também foram se
combinando, originando moléculas mais complexas, como proteínas, carbohidratos,
entre outros. Ainda segundo essa teoria, essas moléculas adquiriram tamanha complexidade
que conseguiram se duplicar originando outras moléculas.
Tanto os defensores da panspermia quanto os
defensores da origem por evolução química acreditam que o surgimento da vida na
Terra só foi possível por haver condições favoráveis a isso, como água em
estado líquido, moléculas orgânicas e fonte de energia. Entretanto, os
defensores da teoria da origem por evolução química acreditam que a Terra
primitiva oferecia essas condições favoráveis, portanto, não seria necessário
ir para fora do planeta para tentar explicar a origem dos seres vivos.
Algumas das ideias de Alexander Oparin acerca da
origem da vida foram comprovadas experimentalmente por Stanley Miller e Sidney
Fox.
P. Como evoluiu o metabolismo dos primeiros seres vivos?
Hipótese heterotrofica e autotrófica sobre a origem da vida
Alguns cientistas acreditam que o primeiro
ser vivo era autotrófico. Dois
motivos justificam sua ampla aceitação: 1) até o surgimento da fotossíntese, o
planeta provavelmente não apresentava moléculas orgânicas suficientes para
sustentar as multiplicações dos primeiros seres vivos; 2) em razão da
instabilidade do planeta, esses organismos só conseguiriam sobreviver se
estivessem em locais mais protegidos, como fontes termais submarinas dos mares
primitivos. Assim, a hipótese autotrófica sugere que os primeiros seres vivos
surgiram primeiramente em ambientes mais extremos, nutrindo-se a partir da
reacção entre substâncias inorgânicas, tal como algumas archaeas
atuais: processo esse denominado de quimiossíntese. Essa hipótese sugere ainda
que, a partir desses primeiros seres vivos, surgiram aqueles capazes de realizar
fermentação, depois os fotossintéticos e, por último, os seres heterotróficos.
P. Como evoluiu o metabolismo dos primeiros seres vivos?
Hipótese heterotrofica e autotrófica sobre a origem da vida
Hipótese heterotrofica (com maior aceitação no meio científico)
Acredita-se que esses primeiros indivíduos eram procarióticos,
compartilhando diversas semelhanças com as arqueas. A célula eucariótica
provavelmente surgiu há dois bilhões de anos.
P. Quais são os cientistas e suas concepções sobre origem da vida
1. Von
Helmont (1600). Adepto da geração
espontânea, o médico belga Jan Baptista Von Helmont, chegou até a elaborar uma
“receita” para produzir ratos por geração espontânea. Dizia ele: “Enche-se de
trigo e fermento um vaso, que é fechado com uma camisa suja. Um fermento vindo
da camisa, transformado pelo odor dos grãos, transforma em ratos o próprio
trigo”.
Video 2 - Experimentos de Von Helmont (1600)
2. Francesco
Redi (1660). Utilizando métodos científicos, o médico italiano Redi, foi um
dos primeiros cientistas a combater o empirismo dos adeptos da geração
espontânea. Na época de Redi, uma das principais evidências da geração
espontânea era o aparecimento “espontâneo” de larvas em carne podre. O
cientista italiano, porém, estava convencido de que os tais vermes não surgiam
espontaneamente da própria carne. Sua hipótese era de que eles surgiam de ovos
colocados por moscas. Para testar sua hipótese sobre a origem das larvas, Redi
colocou pedaços de carne em frascos de boca larga, deixando alguns frascos
abertos e fechando os outros com gaze. Nos frascos abertos, onde as moscas
entravam e saiam livremente, surgiam muitas larvas. Nos frascos fechados, onde
as moscas não conseguiam entrar, não apareceu nenhuma larva.
Video 3 - Experimentos de Redi, Needhan, Spallanzani e Pasteur (1960)
3. Antoine van Leeuwenhoek. Poucos anos depois da experiência
de Redi, o holandês Leeuwenhoek munido de um microscópio, descobriu os
micróbios. A descoberta dos seres microscópicos reanimou a hipótese da geração
espontânea. Na época, ninguém supunha que formas tão primitivas de vida
tivessem seus próprios métodos de reprodução. E, como se observava que esses
minúsculos seres aumentavam rapidamente em número quando em contacto com
soluções nutritivas, imaginou-se que a geração espontânea fosse a grande
responsável por tal proliferação.
4. John Needhan (1745). A hipótese da geração espontânea,
ganhou novo impulso com a publicação do livro de Needhan. Este cientista
mostrou, através de vários experimentos, que em recipientes contendo vários
tipos de infusões( soluções nutritivas para microorganismos) e submetidos a
fervura, mantidos fechados ou não, apareciam microorganismos. Needhan afirmou
que esse fenômeno ocorria devido à presença, nas partículas orgânicas da
infusão, de uma “força vital, responsável pelo aparecimento das formas vivas
microscópicas. Assim, com esses experimentos, Needhan contribuía para a teoria
da geração espontânea.
Video 5 - Experimentos de John Needhan (1745)
sido
capaz de impedir a contaminação do caldo por micróbios do ar. Os argumentos de
Spallanzani não convenceram Needhan. Este respondeu que a fervura por tempo
muito prolongado destruía a força vital, um misterioso princípio inerente à
vida que devia existir no caldo.
Video 6 - Experimentos de Lazzaro Spallanzani (1770)
Comentário: A experiência de Spallanzani foi muito importante para o surgimento da indústria de alimentos enlatados.
6. Louis Pasteur (1860). Pasteur, através seus
experimentos , conseguiu provar definitivamente que os seres vivos
originavam-se de outros seres vivos. Observe a sua experiência. Simples, porém
completa, essa experiência não permitiu contra-argumentação. Não impedia a
entrada do eventual princípio ativo, pois mantinha os frascos abertos.
Preservava, nos caldos nutritivos, a capacidade de desenvolver vida, o que
acontecia quando os gargalos eram quebrados. A partir disso, os defensores da
geração espontânea se calaram.Uma nova interrogação passou a predominar no meio
científico: como surgiram os primeiros
A hipótese de Oparin e
Haldane
- O experimento de Miller
P. Quais são os
momentos mais marcantes na história e evolução da biologia?
Da Antiguidade a
Idade Moderna (4000 a.C. – 1789 d. C.)
-
Aristóteles (384-322 a.C.), considerado o pai da Biologia, fez os primeiros
escritos do estudo dos seres vivos, organizando-os em dois reinos: Vegetal e
Animal.
-
Teofrasto (372 a.C.-287 a.C.), sucessor
de Aristóteles, considerado como o fundador da Botânica. Das 227 obras que chegaram aos
nossos dias, duas delas são de botânica, “De historia plantarum (História das plantas)
” e “De causis plantarum (Sobre as Causas das Plantas) ”. A primeira composta por nove (9)
livros e a segunda composta por seis (6) livros. Mencionou cerca de 550
espécies e variedades de plantas e classificou as plantas em ervas, arbustos e árvores.
- Robert Hooke (1653-1703), descreve em 1665 a estrutura
celular das plantas
- Marcelo
Malpighi
(1628-1694) demonstrou a sexualidade das plantas
- Anton van Leeuwenhoek (1632-1723), descobre os espermatozóides.
-
Carl
von Linné (Lineu) (1707
-1778), por meio do seu livro publicado em 1735, “Systema Naturae” ele propôs um sistema de classificação dos seres
vivos que, embora artificial, é empregado até hoje, com modificações. Criou a
nomenclatura binominal para designar espécies de organismos e estabeleceu as
principais categorias que são usadas no sistema hierárquico da classificação
biológica.
Percussores do transformismo:
-
Pierre Louis Moreau de
Maupertius
(1698-1759), fazendo experiências de hibridação através das quais verificou a
existência de variedades no homem e nos animais. Não havia estabilidade de
espécies; as que podiam ser observadas não eram exemplos de perfeição divina,
apenas o produto de uma natureza mecânica.
-
Erasmus Darwin (1731-1802), conhecido como avô paterno de Charles
Roberto Darwin. Seus trabalhos mais importantes foram: “The
Botanic Garden (1789-1791)”; “Zoonomia ou leis da vida orgânica
(1792-1796)”; “Phytologia (1800)” e “The temple of nature (1803)”. Ele era
favorável à idéia que uma espécie podia evoluir a partir de outra. Ele
rejeitava a idéia da preformação e adotava o ponto de vista de que “a vida começava em um filamento” do
macho e que o trabalho da fêmea era prover alimento para o desenvolvimento
subseqüente.
Idade Contemporânea
(a partir de 1789): principais
acontecimentos que interferiram na história da Biologia:
-
Jean-Baptiste Lamarck
(1744-1829), Charles Darwin
(1809-1882) e Alfred R. Wallace (1823-1913), mudam os paradigmas
vigentes: o mundo não é constante e estático. Há mudanças continuas (evolução).
-
O
marco foi a publicação de Charles Darwin, em 1849, “A Origem das Espécies por
Meio da Selecção Natural”.
- Em 1866, a genética dá os seus primeiros passos graças ao trabalho de um monge austríaco, Gregor Johann Mendel (1822-1884). Nesse ano,
formulou as suas leis da hereditariedade que deram um grande apoio na teoria da
evolução, através da explicação dos caracteres adquiridos. No entanto, na época
a sua obra foi pouco valorizada, permanecendo na obscuridade durante 35 anos.
- Em 1953, James
Watson e Francis Crick,
mostraram que a estrutura do DNA era em forma de dupla hélice
-
Muitos ramos da ciência
desenvolveram a partir dessa época, temos de pelo menos mencionar muitas disciplinas relacionadas
com a biologia, como, por exemplo:
-
Genética e evolução (as leis da hereditariedade/leis de Mendel, estrutura do
DNA)
-
Microbiologia (Produção de vacinas, Produção de antibióticos, Produção
de alimentos, Maior conhecimento dos processos infecciosos, Descobrimento de
novos microrganismos, Contribuições ao conhecimento da evolução da vida)
-
Fisiologia
(Maior conhecimento das
múltiplas funções mecânicas, físicas e bioquímicas nos seres vivos, Maior
entendimento de como as funções fisiológicas mudaram ao longo da história
evolutiva dos animais, Mecanismos de controle do meio interno.)
-
Bioquímica
(Conhecimento dos mecanismos
enzimáticos, Descobrimentos de novas enzimas, Descobrimentos de novas
substâncias e vias metabólicas, Conhecimento dos mecanismos de produção de
energia nos seres vivos)
§ Biologia Molecular (É desvendada a estrutura
tridimensional da molécula de DNA. (1953), Verifica-se que o DNA se duplica de
forma semiconservativa. (1958), Conceito de operação. (1960), O código genético
é decifrado. (1966), É criada a técnica conhecida como PCR. (1985), Nascimento
do primeiro clone de um mamífero adulto, a Ovelha
Dolly. (1996)
-
Biotecnologia.
Sectores
|
Bens e Serviços
|
Agricultura
|
Adubo
composto, pesticidas, mudas de plantas, plantas transgênicas, etc.
|
Alimentação
|
Pães,
queijos, picles, cerveja, vinho, proteina unicelular, aditivos, etc.
|
Química
|
Butanol,
acetona, glicerol, ácidos, enzimas, metais, etc.
|
Electrónica
|
Biosensores
|
Energia
|
Etanol,
biogás
|
Meio
Ambiente
|
Recuperação
do petróleo, tratamento do lixo, purificação da água
|
Pecuária
|
Embriões
|
Saúde
|
Antibióticos,
hormônios, vacinas, reagentes e testes para diagnóstico, etc.
|
Conclusões:
P. Que importância tem o
estudo da história e evolução da Biologia na formação de um professor de Biologia?
A. Analisam e
respondem.
P. Orientação da tarefa de aprendizagem:
1. Resumidamente redige um
texto (máximo 3 paginas) assinalando os
factos relevantes dos seguintes cientistas na história e evolução da biologia.
a) Charles Darwin
b) Gregor Mendel
c) Theophrastos
d) Carlos Lineu
II. INTRODUÇÃO À
BOTÂNICA
botanē (= planta) que deriva do verbo “boskein” (= alimentar)
A Botânica é definida como o estudo científico da vida das plantas e
outros seres vivos (algas, fungos, bactérias) que tradicionalmente são
estudados por esta ciência.
Desenvolvimento:

P. Fala sobre a
importância do estudo das plantas?
- Utilitária (alimentar, entender processos fundamentais, remédios e materiais)
- Ambiental (entender mudanças ambientais)
Como
estudante de botânica e futuro professor de biologia, você estará em boa
posição para compreender a importância dos problemas ecológicos e ambientais de
todo dia, e essa compreensão o ajudará a construir um mundo melhor para se
viver.
Permite também obter conhecimentos sólidos para a
compreensão das próximas disciplinas.
P. Quais são os
principais ramos de estudo da Botânica?


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P. Como se originaram
as plantas?
Dos diferentes grupos de algas actuais, as verdes são provalvemente as
que mais se assemelham as plantas ancestrais.
Esta suposição se baseia na estreita relação filogenetica entre os dois grupos.
Esta suposição se baseia na estreita relação filogenetica entre os dois grupos.
- As comparações
de DNA, tem mostrado que as algas verdes são os parentes vivos mais
proximos das plantas.
- Por exemplo, as algas verdes e as plantas utilizam
o mesmo tipo de clorofila (a e b) e
de pigmentos auxiliares a fotossintese, ambas armazenam alimento em forma de amido e suas paredes celulares estão constituidas por celulose.
- Em contrapartida, os pigmentos fotossinteticos, as
moléculas de armazenamento de alimentos e as paredes celulares de outros
protistas fotossinteticos, como as algas vermelhas e as pardas, diferem em
relação as plantas.
- A maioria das algas verdes vivem principalmente em
aguas doces, o que sugere que a historia evolutiva primitiva das plantas teve
lugar em tornos da água doce.
- Tal como, as algas modernas, os organismos que
deram origem as plantas careciam de raizes, caules e folhas verdadeiras, assim
como, de estruturas reprodutoras complexas, como as flores e os cones. Todas
estas caracteristicas apareceram numa etapa posterior da historia evolutiva das
plantas (Figura 1).
P. Diversidade das plantas e outros seres vivos estudados em Botânica
Grupo das
plantas
Briofitas
Pteridofitas
Gimnospermas
Angiospermas
Outros
seres vivos
Algas
Fungos
Bacterias
vírus
III. O Estudo da
Botânica em Angola
P. Fale sobre a história
da Botânica em Angola
O uso de plantas em benefícios da humanidade, vem desde a
pré-historia.
A nível de Angola: com os primeiros habitantes: Khoisan, Vátuas e o povo Bantu
Antes da independência
Início dos estudos científicos: Final do século XVII e início
do século XVIII
- Colheita dos primeiros espécimes botânicos por
britânicos. Sendo constituídos por quatro pequenas colecções que
se encontram integradas no herbário do Museu Britânico de Londres:
-
Mason, em
1669 (Dondo-Luanda), e consta de 36 exemplares,
- Kirkwood (1696–1699 – Cabinda)
- Gladman (C:? 1690)
- Brown (1706-1707).
SÉCULO
XVIII – início do estudo da flora angolana pelos portugueses
Estudos
feitos por Joaquim José da Silva (1783 a 1787).
As
suas colheitas (nas vizinhanças de Benguela) encontram-se depositadas no Museu
Real da Ajuda em Lisboa, foi transferida para Paris durante a ocupação de
Portugal pelas forças Napoleónicas.
SÉCULO
XIX
Em
1824 é descrita a primeira planta angolana na literatura científica: Maerua
angolensis DC.
Realiza-se a primeira grande exploração botânica de
Angola, realizada em 1852, por Friedrich Welwitsch (1853 a 1861) Welwitsch depois de ter percorrido as regiões de
Luanda, Cuanza Norte, Malanje, Benguela e Huíla, decidiu percorrer o sul do
pais, onde em 1859 explorando o deserto do Namibe, e numa zona rochosa e árida
que deu com aquela que viria a ser uma das plantas mais raras encontrada até
então. Os nativos chamavam-lhe de N´lumbo e por isso Friedrich
Welwitsch chamou-lhe Tumboa bainesii.
Um nome que mais tarde seria alterado para Welwitschia
mirabilis, para homenagear o homem que a descobriu.
Localização das colecções de Welwitsch:
Herbário de LISU da Faculdade de Ciências de Lisboa
Museu Britânico de Londres.
Herbários de Berlim, Coimbra, Kew, Paris, S.
Petersburgo e Viena.
Século XX
Durante
o século XX, botânicos, ecologistas, missionários, fazendeiros e muitos
cientistas de visita em Angola contribuíram para o aumento das colecções nos
herbários europeus e nas instituições científicas angolanas.
-
John
Gossweiler (1873–1952)
-
Outros
colectores como Carrisso, Exell e Mendonça, também contribuíram para o estudo
da flora angolana durante esse período, não só no âmbito da Missão Botânica de
Angola mas também fazendo o estudo das diversas colecções botânicas
anteriormente realizadas, de modo a lhes servirem de referência nos sucessivos
fascículos que foram sendo publicados do Conspectus
Florae Angolensis
-
Posteriormente
a 1950, muitos têm sido os colectores que realizaram explorações botánicas:
Brito de Teixeira, notabilizou-se deixando uma valiosa colecção botânica com
mais de 13000 números. Brito de Teixeira prestou serviço de 1949-1969 em
Angola, encontrando-se a maioria da sua colecção de plantas no Herbário do
Instituto de Investigação Agronómica da Chianga, no Huambo, no Herbário do
Instituto Botânico da Universidade de Coimbra e no Herbário do Instituto de
Investigação Científica Tropical de Lisboa, Portugal.
- Da independência- actual
Na
sequência da independência em 1975 e das quase três décadas de guerra civil que
se seguiram, existiram poucas oportunidades para desenvolver trabalho de campo
e a atenção do governo teve de se virar para prioridades socio-económicas e de
segurança. Em consequência, os contributos sobre o estudo e divulgação da flora
esmoreceram.
Nos
anos de 1977, 1982 e 1993, foram divulgados os últimos volumes do Conspectus
Florae Angolensis (Foto )
Século XXI
-
Checklist
das Poaceae de Angola pelos autores Esperança
Costa, Teresa Martins e Francisca Monteiro (2004)
-
Plantas ameaçadas em
Angola, a publicação de Esperança Costa, André Dombo e Manuela Pedro (2009)
-
Plantas medicinais,
destacamos a publicação de Esperança Costa e Manuela Pedro (2013)
III. Lacunas de informação sobre vegetação angolana
A informação sobre a biodiversidade em Angola é
escassa, pelo que a investigação é considerada uma prioridade, uma vez que, Angola foi abençoada
com uma biodiversidade invulgarmente rica. Em termos de espécies registadas
tem, pelo menos, 6 961 plantas, 275 mamíferos, 915 aves (catalogadas) e 266
peixes de água doce. É de salientar que a
diversidade da fauna (vertebrados) angolana tem sido mais exaustivamente
estudada do que os recursos botânicos do país.
A redução de habitats florestais, as elevadas taxas de
deflorestamento e as queimadas descontroladas podem ser um factor de risco
importante cuja dimensão é necessário estudar.
Tabela
1 – Divulgação da flora Angolana antes da independência: Conspectus Florae
Angolensis
Volumes
|
Fascículos (Famílias)
|
Total
|
Ano da Publicação
|
I
|
Ranunculaceae-Malvaceae
|
55
|
20-01-1937
|
Malvaceae-Aquifoliaceae
|
20-08-1951
|
||
II
|
Celastraceae-Connaraceae
|
10
|
20-05-1954
|
[Balsaminaceae]; Leguminosae
(Caesapinioideae-Mimosoideae)
|
20-04-1956
|
||
III
|
Leguminosae-Papilionoideae:
Genisteae-Galegeae |
09
|
30-01-1962
|
Leguminosae-Papilionoidea:
Hedysareae-Sophoreae |
29-04-1966
|
||
IV
|
Rosaceae-Alangiaceae
|
29
|
14-08-1970
|
Pteridophyta
|
27
|
25-08-1977
|
|
Família 70
|
Crassulaceae
|
1
|
25-11-1982
|
Familia 122
|
Bignoniaceae
|
1
|
1993
|
Total Geral
|
122
|







Figura . Volumes do Conspectus
Florae Angolensis,
publicadas no período de 1937-1993. A. Volume I; B. Volume II; C. Volume
III; D. Volume IV; E. Volume Único: Pterydofitas; F. Familia 30: Crassulaceae e
G. Familia 122: Bignoniaceae.
|
|
|



Figura 1. Algumas obras literárias relevantes para o
conhecimento da flora Angolana publicadas na última década. A. Costa e Pedro. 2013. Plantas
Medicinais de Angola; B. Costa, Dombo & Pedro. 2009. Plantas Ameaçadas de
Angola; C. Costa, Martins & Monteiro. 2004. Checklist das Poaceae de
Angola.
Nome Científico
|
Nome comum
|
Categoria de conservação
|
Crotalaria bamendae
|
VU
|
|
Dalbergia melanoxilum
|
Ébano africano
|
BR
|
Entandrophragma angolense
|
DD
|
|
Entandrophragma candollei
|
Cedro kokoti (I)
|
VU
|
Entandrophragma cylindircum
|
Sapele (I)
|
VU
|
Entandrophragma utile
|
VU
|
|
Mikaniopsis vitalba
|
VU
|
|
Milicia excelsa
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Iroko
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BR
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Monardithemis flava
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VU
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Nauclea diderichii
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DD
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Neritinia oweniana
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DD
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Phrynobatrachus brevipalmatus
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DD
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Prunus africana
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VU
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Pterocarpus angolensis
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Kiaat, Mukua (I)
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BR
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Raphia regalis
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VU
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Swartzia fistuloides
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Pau rosa, pau ferro
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ER
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Tapinanthus preussii
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VU
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Turraeanthus africanus
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VU
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Fonte: Red Data List IUCN, 2004 ; (I) Inglês
As imagens estão ocultadas, brevemente solucionaremos está situação.
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