domingo, 6 de agosto de 2017

PARTE I - HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DA BIOLOGIA - INTRODUÇÃO À BOTÂNICA - BOTÂNICA EM ANGOLA

BOTÂNICA/CIÊNCIA DAS PLANTAS/BIOLOGIA VEGETAL.
BOTÂNICA GERAL
Conferência # 1, 2 e 3
I. Historia da Evolução da Biologia
II. Introdução à Botânica
III. O Estudo da Botânica em Angola

Análise etimológica do conceito de Biologia
bio (vida); logo (estudo, conhecimento)

A Biologia pode ser definida como o conjunto de todas as ciências que estudam as espécies vivas e as leis da vida

P. Porque estudar a biologia?

Com essa ciência, descobrimos explicações para uma série de fenômenos, compreendemos melhor o que está acontecendo no mundo e podemos participar, de forma esclarecida, de decisões que afectam toda a coletividade.

Decidir sobre questões que envolvem a destruição dos ecossistemas, o aquecimento global, a perda da biodiversidade, o destino do lixo ou os alimentos transgênicos,, por exemplo,, exige um conhecimento básico de Biologia. 

O estudo dessa ciência pode ser feito de vários níveis de organização dos seres vivos: Átomos – Moléculas – Organelas – Células – Tecidos – Órgãos – Sistemas – Organismo – População – Comunidade - Ecossistemas - Biosfera

I. Historia da Evolução da Biologia
P: Porque fazer um histórico sobre a evolução da Biologia? Porque falar sobre isso?

 Entender o passado nos auxilia a entender o presente e também a nos preparar para o futuro. A percepção do mundo dinâmico do conhecimento mudando é fundamental, para a gente entender como chegamos até aquí e estamos preparados para o futuro que vira, certamente com mudanças.
Por outra, é importante que você perceba que estamos passando por um momento de transição e de grandes descobertas. A verdade científica está sempre sendo construída: ela é transitória e efémera.

 A “Afinal, o que é o homem dentro da natureza? […]

é-lhe impossível ver o nada de onde saiu e o infinito que o envolve.[…]

O autor destas maravilhas conhece-as; e ninguém mais”. (Blaise Pascal)

P. Qual é a origem da vida? Como tudo começou? Quais as teorias que explicam a origem da vida?

- Origem do Universo: teoria da grande explosão “Big Bang” – 13,7 bilhões de anos, o universo teria surgido após uma grande explosão cósmica, entre 10 e 20 bilhões de anos atrás. Surgimento da vida na Terra: aproximadamente 3,5 bilhões de anos.


Video 1 - Origem da vida

P. Quais são as teorias sobre a origem da vida?
Estudiosos mais antigos acreditavam que os seres vivos surgiam espontaneamente da matéria bruta – a hipótese da geração espontânea, também chamada de abiogênese. Entretanto, por meio de diversos experimentos executados por cientistas, como Redi, Needham, Spallanzani e Pasteur, foi possível descartar essa hipótese, adotando a biogênese, que afirma que os micro-organismos surgem a partir de outros preexistentes.

- Abiogénese/Geração espontânea: hipótese que afirma que os seres vivos podem surgir da matéria sem vida (força vital). “Os seres vivos originam-se espontaneamente da matéria bruta”.
i. Poças de água davam origem a peixes;
ii. Cadáveres originavam moscas;
iii. Roupas suadas geram ratos em 21 dias.
AdeptosVon Helmont (1600) - John Needhan (1745)




Biogénese: comprovou que mesmo existindo condições essenciais à vida (ar, água e nutrientes), os seres vivos não podem surgir a partir da matéria unanimada. “Os seres vivos originam-se de outros seres vivos.”
AdeptosFrancesco Redi (1660) - Lazzaro Spallanzani (1770) - Louis Pasteur (1860)

Segundo a hipótese da evolução química a abiogénese já aconteceu uma vez na Terra primitiva quando se formou o primeiro ser vivo. Na actualidade em função das condições da atmosfera não é possível acontecer este fenómeno

P. Quais são as hipóteses sobre a origem da vida
Inicialmente, sem método científico ou tecnologias que lhes permitissem uma melhor investigação do mundo ao seu redor, os humanos atribuíam os fenômenos para os quais não tinham explicação às forças divinas. Porém, com o tempo e os diferentes avanços científicos, novas tentativas de explicações sem cunhos religiosos foram surgindo. Vamos estudá-las?


A) Origem por criação divina (fixismo, criacionismo):
Essa corrente afirma que os seres vivos foram criados individualmente por uma dinvidade e que desde então possuem a mesma forma com que foram criados.
Criacionismo e fixismo: Criacionismo é a teoria que considera que todos os seres vivos foram criados a partir de intervenção divina. Várias culturas e religiões seguem esta ideia. E, até pouco tempo atrás, esta era uma ideia também aceita no meio científico.

Até o século XVIII a maior parte dos cientistas acreditava que cada espécie havia surgido na Terra independentemente, sem parentesco entre si e que suas características permaneciam inalteradas ao longo do tempo. A estas ideias, damos o nome de teoria fixista.

Atualmente, a ciência admite duas hipóteses para explicar a origem da vida em nosso planeta. Entre elas: Panspermia (Origem extraterrestre) e a Origem por evolução química.

B) Panspermia cósmica/Cosmogenia: a vida se originou em outro planeta e trazida para Terra por meteoros.

A hipótese da origem extraterrestre, também chamada de panspermia, defende que os seres vivos não surgiram na Terra, mas em outros planetas. Eles foram trazidos para a superfície terrestre através de esporos ou outras formas resistentes. Essa teoria surgiu no século XIX e início do século XX, um dos seus primeiros defensores foi o físico irlandês William Thomson e o químico sueco Svante August Arrhenius


Panspermia ou cosmogenia: Hipótese que diz que a vida teve origem em outro planeta e foi trazida para o planeta Terra carregada por meteoros que trazia formas de vida bastante simples. Atualmente esta é uma teoria desacreditada, principalmente pelo fato de que ela transfere o “problema” da origem da vida para outro planeta.

C) Origem por evolução química

 A hipótese da origem por evolução química, também conhecida como teoria da evolução molecular, foi argumentada inicialmente pelo biólogo inglês Thomas Huxley, sendo que na década de 1920, ela foi aprofundada pelos cientistas Oparin e Haldane.

Embora tenha respondido a uma grande questão, a biogénese não explica como ocorre o processo de surgimento de uma espécie a partir de outra. Assim, existem algumas explicações para tal, sendo a origem por evolução química a mais aceita pela categoria científica. Essa teoria propõe que a vida surgiu a partir do arranjo entre moléculas mais simples, arranjo esse aliado a condições ambientais peculiares, o que resultou na formação de moléculas cada vez mais complexas até o surgimento de estruturas dotadas de metabolismo e capazes de se autoduplicar, dando origem aos primeiros seres vivos. Oparin, Haldane e Miller são os precursores dessa hipótese.

Os defensores dessa teoria acreditam que a vida na superfície terrestre tenha ocorrido a partir de uma evolução química, como o nome da teoria já propõe. De acordo com eles, compostos inorgânicos como carbono, hidrogénio, oxigénio, nitrogénio, fósforo, entre tantos outros, foram se combinando, originando moléculas orgânicas como aminoácidos, açúcares etc. À medida que o tempo passou, essas moléculas orgânicas formadas também foram se combinando, originando moléculas mais complexas, como proteínas, carbohidratos, entre outros. Ainda segundo essa teoria, essas moléculas adquiriram tamanha complexidade que conseguiram se duplicar originando outras moléculas.

Tanto os defensores da panspermia quanto os defensores da origem por evolução química acreditam que o surgimento da vida na Terra só foi possível por haver condições favoráveis a isso, como água em estado líquido, moléculas orgânicas e fonte de energia. Entretanto, os defensores da teoria da origem por evolução química acreditam que a Terra primitiva oferecia essas condições favoráveis, portanto, não seria necessário ir para fora do planeta para tentar explicar a origem dos seres vivos.
Algumas das ideias de Alexander Oparin acerca da origem da vida foram comprovadas experimentalmente por Stanley Miller e Sidney Fox. 

P. Como evoluiu o metabolismo dos primeiros seres vivos?

Hipótese heterotrofica e autotrófica sobre a origem da vida


Hipótese heterotrofica (com maior aceitação no meio científico)


Hipótese autotrófica

Alguns cientistas acreditam que o primeiro ser vivo era autotrófico. Dois motivos justificam sua ampla aceitação: 1) até o surgimento da fotossíntese, o planeta provavelmente não apresentava moléculas orgânicas suficientes para sustentar as multiplicações dos primeiros seres vivos; 2) em razão da instabilidade do planeta, esses organismos só conseguiriam sobreviver se estivessem em locais mais protegidos, como fontes termais submarinas dos mares primitivos. Assim, a hipótese autotrófica sugere que os primeiros seres vivos surgiram primeiramente em ambientes mais extremos, nutrindo-se a partir da reacção entre substâncias inorgânicas, tal como algumas archaeas atuais: processo esse denominado de quimiossíntese. Essa hipótese sugere ainda que, a partir desses primeiros seres vivos, surgiram aqueles capazes de realizar fermentação, depois os fotossintéticos e, por último, os seres heterotróficos.
Acredita-se que esses primeiros indivíduos eram procarióticos, compartilhando diversas semelhanças com as arqueas. A célula eucariótica provavelmente surgiu há dois bilhões de anos.


P. Quais são os cientistas e suas concepções sobre origem da vida

1. Von Helmont (1600). Adepto da geração espontânea, o médico belga Jan Baptista Von Helmont, chegou até a elaborar uma “receita” para produzir ratos por geração espontânea. Dizia ele: “Enche-se de trigo e fermento um vaso, que é fechado com uma camisa suja. Um fermento vindo da camisa, transformado pelo odor dos grãos, transforma em ratos o próprio trigo”.
Video 2 - Experimentos de Von Helmont (1600)


2. Francesco Redi (1660). Utilizando métodos científicos, o médico italiano Redi, foi um dos primeiros cientistas a combater o empirismo dos adeptos da geração espontânea. Na época de Redi, uma das principais evidências da geração espontânea era o aparecimento “espontâneo” de larvas em carne podre. O cientista italiano, porém, estava convencido de que os tais vermes não surgiam espontaneamente da própria carne. Sua hipótese era de que eles surgiam de ovos colocados por moscas. Para testar sua hipótese sobre a origem das larvas, Redi colocou pedaços de carne em frascos de boca larga, deixando alguns frascos abertos e fechando os outros com gaze. Nos frascos abertos, onde as moscas entravam e saiam livremente, surgiam muitas larvas. Nos frascos fechados, onde as moscas não conseguiam entrar, não apareceu nenhuma larva.
Conclusão: As larvas surgiam dos ovos depositados pelas moscas que entravam nos frascos.







Video 3 - Experimentos de Redi, Needhan, Spallanzani e Pasteur (1960)
Video 4 - Experimentos de Francesco Redi (1960)




3. Antoine van Leeuwenhoek. Poucos anos depois da experiência de Redi, o holandês Leeuwenhoek munido de um microscópio, descobriu os micróbios. A descoberta dos seres microscópicos reanimou a hipótese da geração espontânea. Na época, ninguém supunha que formas tão primitivas de vida tivessem seus próprios métodos de reprodução. E, como se observava que esses minúsculos seres aumentavam rapidamente em número quando em contacto com soluções nutritivas, imaginou-se que a geração espontânea fosse a grande responsável por tal proliferação.

4. John Needhan (1745). A hipótese da geração espontânea, ganhou novo impulso com a publicação do livro de Needhan. Este cientista mostrou, através de vários experimentos, que em recipientes contendo vários tipos de infusões( soluções nutritivas para microorganismos) e submetidos a fervura, mantidos fechados ou não, apareciam microorganismos. Needhan afirmou que esse fenômeno ocorria devido à presença, nas partículas orgânicas da infusão, de uma “força vital, responsável pelo aparecimento das formas vivas microscópicas. Assim, com esses experimentos, Needhan contribuía para a teoria da geração espontânea.
Video 5 - Experimentos de John Needhan (1745)

5. Lazzaro Spallanzani (1770). Alguns anos mais tardes, o padre e pesquisador italiano Spallanzani realizou experimento semelhantes ao de Needham, mas obteve resultados totalmente diferentes. As infusões preparadas por Spallanzani, muito bem fervidas e cuidadosamente fechadas, continuavam livres de micróbios. Spallanzani, concluiu que o tempo de aquecimento utilizado por Needhan não tinha sido suficiente para esterilizar o caldo ou que a vedação utilizada por ele não tinha
sido capaz de impedir a contaminação do caldo por micróbios do ar. Os argumentos de Spallanzani não convenceram Needhan. Este respondeu que a fervura por tempo muito prolongado destruía a força vital, um misterioso princípio inerente à vida que devia existir no caldo.




Video 6 - Experimentos de Lazzaro Spallanzani (1770)

Comentário: A experiência de Spallanzani foi muito importante para o surgimento da indústria de alimentos enlatados.



6. Louis Pasteur (1860). Pasteur, através seus experimentos , conseguiu provar definitivamente que os seres vivos originavam-se de outros seres vivos. Observe a sua experiência. Simples, porém completa, essa experiência não permitiu contra-argumentação. Não impedia a entrada do eventual princípio ativo, pois mantinha os frascos abertos. Preservava, nos caldos nutritivos, a capacidade de desenvolver vida, o que acontecia quando os gargalos eram quebrados. A partir disso, os defensores da geração espontânea se calaram.Uma nova interrogação passou a predominar no meio científico: como surgiram os primeiros
organismos vivos.
Video 7 - Experimentos de Louis Pasteur (1860)


A hipótese de Oparin e Haldane


- O experimento de Miller

P. Quais são os momentos mais marcantes na história e evolução da biologia?
Da Antiguidade a Idade Moderna (4000 a.C. – 1789 d. C.)
-       Aristóteles (384-322 a.C.), considerado o pai da Biologia, fez os primeiros escritos do estudo dos seres vivos, organizando-os em dois reinos: Vegetal e Animal.
-       Teofrasto (372 a.C.-287 a.C.), sucessor de Aristóteles, considerado como o fundador da Botânica. Das 227 obras que chegaram aos nossos dias, duas delas são de botânica, De historia plantarum (História das plantas) ” e “De causis plantarum (Sobre as Causas das Plantas) ”. A primeira composta por nove (9) livros e a segunda composta por seis (6) livros. Mencionou cerca de 550 espécies e variedades de plantas e classificou as plantas em ervas, arbustos e árvores.
-       Robert Hooke (1653-1703), descreve em 1665 a estrutura celular das plantas
-       Marcelo Malpighi (1628-1694) demonstrou a sexualidade das plantas
-        Anton van Leeuwenhoek (1632-1723), descobre os espermatozóides.
-       Carl von Linné (Lineu) (1707 -1778), por meio do seu livro publicado em 1735, “Systema Naturae” ele propôs um sistema de classificação dos seres vivos que, embora artificial, é empregado até hoje, com modificações. Criou a nomenclatura binominal para designar espécies de organismos e estabeleceu as principais categorias que são usadas no sistema hierárquico da classificação biológica.
Percussores do transformismo:
-       Pierre Louis Moreau de Maupertius (1698-1759), fazendo experiências de hibridação através das quais verificou a existência de variedades no homem e nos animais. Não havia estabilidade de espécies; as que podiam ser observadas não eram exemplos de perfeição divina, apenas o produto de uma natureza mecânica.
-       Erasmus Darwin (1731-1802), conhecido como avô paterno de Charles Roberto Darwin. Seus trabalhos mais importantes foram:  “The Botanic Garden (1789-1791)”; “Zoonomia ou leis da vida orgânica (1792-1796)”; “Phytologia (1800)” e “The temple of nature (1803)”. Ele era favorável à idéia que uma espécie podia evoluir a partir de outra. Ele rejeitava a idéia da preformação e adotava o ponto de vista de que “a vida começava em um filamento” do macho e que o trabalho da fêmea era prover alimento para o desenvolvimento subseqüente.

Idade Contemporânea (a partir de 1789): principais acontecimentos que interferiram na história da Biologia:
-       Jean-Baptiste Lamarck (1744-1829), Charles Darwin (1809-1882) e Alfred R. Wallace (1823-1913), mudam os paradigmas vigentes: o mundo não é constante e estático. Há mudanças continuas (evolução).
-       O marco foi a publicação de Charles Darwin, em 1849, “A Origem das Espécies por Meio da Selecção Natural”.
-       Em 1866, a genética dá os seus primeiros passos graças ao trabalho de um monge austríaco, Gregor Johann Mendel (1822-1884). Nesse ano, formulou as suas leis da hereditariedade que deram um grande apoio na teoria da evolução, através da explicação dos caracteres adquiridos. No entanto, na época a sua obra foi pouco valorizada, permanecendo na obscuridade durante 35 anos.
-       Em 1953, James Watson e Francis Crick, mostraram que a estrutura do DNA era em forma de dupla hélice
-       Muitos ramos da ciência desenvolveram a partir dessa época, temos de pelo menos mencionar muitas disciplinas relacionadas com a biologia, como, por exemplo:
-       Genética e evolução (as leis da hereditariedade/leis de Mendel, estrutura do DNA)
-       Microbiologia (Produção de vacinas, Produção de antibióticos, Produção de alimentos, Maior conhecimento dos processos infecciosos, Descobrimento de novos microrganismos, Contribuições ao conhecimento da evolução da vida)
-       Fisiologia (Maior conhecimento das múltiplas funções mecânicas, físicas e bioquímicas nos seres vivos, Maior entendimento de como as funções fisiológicas mudaram ao longo da história evolutiva dos animais, Mecanismos de controle do meio interno.)
-       Bioquímica (Conhecimento dos mecanismos enzimáticos, Descobrimentos de novas enzimas, Descobrimentos de novas substâncias e vias metabólicas, Conhecimento dos mecanismos de produção de energia nos seres vivos)
§  Biologia Molecular (É desvendada a estrutura tridimensional da molécula de DNA. (1953), Verifica-se que o DNA se duplica de forma semiconservativa. (1958), Conceito de operação. (1960), O código genético é decifrado. (1966), É criada a técnica conhecida como PCR. (1985), Nascimento do primeiro clone de um mamífero adulto, a Ovelha Dolly. (1996)
-       Biotecnologia.
Sectores
Bens e Serviços
Agricultura
Adubo composto, pesticidas, mudas de plantas, plantas transgênicas, etc.
Alimentação
Pães, queijos, picles, cerveja, vinho, proteina unicelular, aditivos, etc.
Química
Butanol, acetona, glicerol, ácidos, enzimas, metais, etc.
Electrónica
Biosensores
Energia
Etanol, biogás
Meio Ambiente
Recuperação do petróleo, tratamento do lixo, purificação da água
Pecuária
Embriões
Saúde
Antibióticos, hormônios, vacinas, reagentes e testes para diagnóstico, etc.

Conclusões:
P. Que importância tem o estudo da história e evolução da Biologia na formação de um professor de Biologia?
A. Analisam e respondem.

P. Orientação da tarefa de aprendizagem:
1. Resumidamente redige um texto (máximo 3 paginas) assinalando os factos relevantes dos seguintes cientistas na história e evolução da biologia.
a) Charles Darwin           
b) Gregor Mendel        
c) Theophrastos
d) Carlos Lineu

II. INTRODUÇÃO À BOTÂNICA
botanē (= planta) que deriva do verbo “boskein” (= alimentar)
A Botânica é definida como o estudo científico da vida das plantas e outros seres vivos (algas, fungos, bactérias) que tradicionalmente são estudados por esta ciência.
Desenvolvimento:
P. Qual é seu objecto?
Caixa de texto: Objecto de estudo: dedica-se fundamentalmente ao estudo das plantas e por tradição e porque são normalmente considerados parte do currículo da área de botânica no curso de Licenciatura em Ensino da Biologia, as algas, fungos, bactérias e virus. 

                                      



P. Fala sobre a importância do estudo das plantas?
- Utilitária (alimentar, entender processos fundamentais, remédios e materiais)
- Ambiental (entender mudanças ambientais)
Como estudante de botânica e futuro professor de biologia, você estará em boa posição para compreender a importância dos problemas ecológicos e ambientais de todo dia, e essa compreensão o ajudará a construir um mundo melhor para se viver.
Permite também obter conhecimentos sólidos para a compreensão das próximas disciplinas.

P. Quais são os principais ramos de estudo da Botânica?
 









Anatomía Vegetal
 
                            
 












P. Como se originaram as plantas?
Dos diferentes grupos de algas actuais, as verdes são provalvemente as que mais se assemelham as plantas ancestrais.

Esta suposição se baseia na estreita relação filogenetica entre os dois grupos.
-       As comparações de DNA, tem mostrado que as algas verdes são os parentes vivos mais proximos das plantas.
-       Por exemplo, as algas verdes e as plantas utilizam o mesmo tipo de clorofila (a e b) e de pigmentos auxiliares a fotossintese, ambas armazenam alimento em forma de amido e suas paredes celulares estão constituidas por celulose.
-       Em contrapartida, os pigmentos fotossinteticos, as moléculas de armazenamento de alimentos e as paredes celulares de outros protistas fotossinteticos, como as algas vermelhas e as pardas, diferem em relação as plantas.
-       A maioria das algas verdes vivem principalmente em aguas doces, o que sugere que a historia evolutiva primitiva das plantas teve lugar em tornos da água doce.
-       Tal como, as algas modernas, os organismos que deram origem as plantas careciam de raizes, caules e folhas verdadeiras, assim como, de estruturas reprodutoras complexas, como as flores e os cones. Todas estas caracteristicas apareceram numa etapa posterior da historia evolutiva das plantas (Figura 1).
P. Diversidade das plantas e outros seres vivos estudados em Botânica


Grupo das plantas
Briofitas
Pteridofitas
Gimnospermas
Angiospermas

Outros seres vivos
Algas
 Fungos
 Bacterias
 vírus




III. O Estudo da Botânica em Angola
P. Fale sobre a história da Botânica em Angola
O uso de plantas em benefícios da humanidade, vem desde a pré-historia.
A nível de Angola: com os primeiros habitantes: Khoisan, Vátuas e o povo Bantu

Antes da independência
Início dos estudos científicos: Final do século XVII e início do século XVIII
 - Colheita dos primeiros espécimes botânicos por britânicos. Sendo constituídos por quatro pequenas colecções que se encontram integradas no herbário do Museu Britânico de Londres:
-       Mason, em 1669 (Dondo-Luanda), e consta de 36 exemplares,
-       Kirkwood (1696–1699 – Cabinda)
-       Gladman (C:? 1690)
-       Brown (1706-1707).

SÉCULO XVIII – início do estudo da flora angolana pelos portugueses
Estudos feitos por Joaquim José da Silva (1783 a 1787).
As suas colheitas (nas vizinhanças de Benguela) encontram-se depositadas no Museu Real da Ajuda em Lisboa, foi transferida para Paris durante a ocupação de Portugal pelas forças Napoleónicas.


SÉCULO XIX
Em 1824 é descrita a primeira planta angolana na literatura científica: Maerua angolensis DC.
Realiza-se a primeira grande exploração botânica de Angola, realizada em 1852, por Friedrich Welwitsch (1853 a 1861) Welwitsch depois de ter percorrido as regiões de Luanda, Cuanza Norte, Malanje, Benguela e Huíla, decidiu percorrer o sul do pais, onde em 1859 explorando o deserto do Namibe, e numa zona rochosa e árida que deu com aquela que viria a ser uma das plantas mais raras encontrada até então. Os nativos chamavam-lhe de N´lumbo e por isso Friedrich Welwitsch chamou-lhe Tumboa bainesii. Um nome que mais tarde seria alterado para Welwitschia mirabilis, para homenagear o homem que a descobriu.

Localização das colecções de Welwitsch:
Herbário de LISU da Faculdade de Ciências de Lisboa
Museu Britânico de Londres.
Herbários de Berlim, Coimbra, Kew, Paris, S. Petersburgo e Viena.
Século XX
Durante o século XX, botânicos, ecologistas, missionários, fazendeiros e muitos cientistas de visita em Angola contribuíram para o aumento das colecções nos herbários europeus e nas instituições científicas angolanas.
-       John Gossweiler (1873–1952)
-       Outros colectores como Carrisso, Exell e Mendonça, também contribuíram para o estudo da flora angolana durante esse período, não só no âmbito da Missão Botânica de Angola mas também fazendo o estudo das diversas colecções botânicas anteriormente realizadas, de modo a lhes servirem de referência nos sucessivos fascículos que foram sendo publicados do Conspectus Florae Angolensis
-       Posteriormente a 1950, muitos têm sido os colectores que realizaram explorações botánicas: Brito de Teixeira, notabilizou-se deixando uma valiosa colecção botânica com mais de 13000 números. Brito de Teixeira prestou serviço de 1949-1969 em Angola, encontrando-se a maioria da sua colecção de plantas no Herbário do Instituto de Investigação Agronómica da Chianga, no Huambo, no Herbário do Instituto Botânico da Universidade de Coimbra e no Herbário do Instituto de Investigação Científica Tropical de Lisboa, Portugal.


- Da independência- actual
Na sequência da independência em 1975 e das quase três décadas de guerra civil que se seguiram, existiram poucas oportunidades para desenvolver trabalho de campo e a atenção do governo teve de se virar para prioridades socio-económicas e de segurança. Em consequência, os contributos sobre o estudo e divulgação da flora esmoreceram.

Nos anos de 1977, 1982 e 1993, foram divulgados os últimos volumes do Conspectus Florae Angolensis (Foto )

Século XXI

-       Checklist das Poaceae de Angola pelos autores Esperança Costa, Teresa Martins e Francisca Monteiro (2004)
-       Plantas ameaçadas em Angola, a publicação de Esperança Costa, André Dombo e Manuela Pedro (2009)
-       Plantas medicinais, destacamos a publicação de Esperança Costa e Manuela Pedro (2013)

III. Lacunas de informação sobre vegetação angolana

A informação sobre a biodiversidade em Angola é escassa, pelo que a investigação é considerada uma prioridade, uma vez que, Angola foi abençoada com uma biodiversidade invulgarmente rica. Em termos de espécies registadas tem, pelo menos, 6 961 plantas, 275 mamíferos, 915 aves (catalogadas) e 266 peixes de água doce. É de salientar que a diversidade da fauna (vertebrados) angolana tem sido mais exaustivamente estudada do que os recursos botânicos do país.

A redução de habitats florestais, as elevadas taxas de deflorestamento e as queimadas descontroladas podem ser um factor de risco importante cuja dimensão é necessário estudar.

Tabela 1 – Divulgação da flora Angolana antes da independência: Conspectus Florae Angolensis
Volumes
Fascículos (Famílias)
Total
Ano da Publicação
I
Ranunculaceae-Malvaceae
55
20-01-1937
Malvaceae-Aquifoliaceae
20-08-1951
II
Celastraceae-Connaraceae
10
20-05-1954
[Balsaminaceae]; Leguminosae (Caesapinioideae-Mimosoideae)
20-04-1956
III
Leguminosae-Papilionoideae:
Genisteae-Galegeae
09
30-01-1962
Leguminosae-Papilionoidea:
Hedysareae-Sophoreae
29-04-1966
IV
Rosaceae-Alangiaceae
29
14-08-1970
Pteridophyta

27
25-08-1977
Família 70
Crassulaceae
1
25-11-1982
Familia 122
Bignoniaceae
1
1993
Total Geral
122



 
 
Figura . Volumes do Conspectus Florae Angolensis, publicadas no período de 1937-1993. A. Volume I; B. Volume II; C. Volume III; D. Volume IV; E. Volume Único: Pterydofitas; F. Familia 30: Crassulaceae e G. Familia 122: Bignoniaceae.

 


C
 

B
 

A
 
  
Figura 1. Algumas obras literárias relevantes para o conhecimento da flora Angolana publicadas na última década. A. Costa e Pedro. 2013. Plantas Medicinais de Angola; B. Costa, Dombo & Pedro. 2009. Plantas Ameaçadas de Angola; C. Costa, Martins & Monteiro. 2004. Checklist das Poaceae de Angola.



Nome Científico
Nome comum
Categoria de conservação
Crotalaria bamendae

VU
Dalbergia melanoxilum
Ébano africano
BR
Entandrophragma angolense

DD
Entandrophragma candollei
Cedro kokoti (I)
VU
Entandrophragma cylindircum
Sapele (I)
VU
Entandrophragma utile

VU
Mikaniopsis vitalba

VU
Milicia excelsa
Iroko
BR
Monardithemis flava

VU
Nauclea diderichii

DD
Neritinia oweniana

DD
Phrynobatrachus brevipalmatus

DD
Prunus africana

VU
Pterocarpus angolensis
Kiaat, Mukua (I)
BR
Raphia regalis

VU
Swartzia fistuloides
Pau rosa, pau ferro
ER
Tapinanthus preussii

VU
Turraeanthus africanus

VU
Fonte: Red Data List IUCN, 2004 ; (I) Inglês
















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